Morreu nesta quinta-feira (29) o professor, engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura do Brasil, Alysson Paolinelli. O ex-ministro nasceu em 10 de julho de 1936 em Bambuí/MG. O bambuiense estava internado em estado grave no Hospital Madre Teresa em Belo Horizonte/MG.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, recorreu às redes sociais para comunicar a morte e lamentar a perda, além de anunciar que decretou Luto Oficial de três dias no estado. Além disso, o Governo de Minas ofereceu o Palácio da Liberdade para que a família de Alysson Paolinelli possa realizar o velório. 

— Perdemos hoje um grande mineiro: o ex-ministro Alysson Paolinelli. Ele foi, sem dúvida, um dos maiores nomes que a agricultura brasileira já teve. Se o agronegócio, hoje, é essa potência no Brasil, isso se deve, em grande parte, a ele. Tive o privilégio de conviver e aprender muito com ele. Neste momento, só posso desejar que descanse em paz. Seu legado continuará vivo. Fará muita falta — manifestou Zema. 

Alysson Paolinelli ocupou o cargo de secretário da Agricultura de Minas Gerais em três ocasiões diferentes, nos períodos de 1971 a 1974, 1991 a 1994 e 1995 a 1998. Durante sua primeira gestão, ele concebeu e coordenou a implementação de uma nova matriz produtiva baseada em um modelo sustentável, que combinava novas tecnologias com políticas de crédito para estimular a modernização da agricultura mineira. 

Por meio dessa política visionária, Paolinelli transformou Minas Gerais no maior produtor de café do país, impulsionando o desenvolvimento das plantações no Cerrado mineiro por meio de novas técnicas de plantio desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em colaboração com as Universidades Federais de Lavras e Viçosa. 

Como ministro da Agricultura, entre 1974 e 1979, Alysson Paolinelli liderou a chamada Revolução Verde no Brasil. Ele levou a experiência bem-sucedida de Minas Gerais para outras regiões do país, transformando a região antes improdutiva do bioma Cerrado em um dos principais polos de produção de alimentos do Brasil. Em reconhecimento a essa conquista, Paolinelli recebeu o World Food Prize em 2006, a mais alta honraria no campo da agricultura. 

Além de suas contribuições como gestor e ministro, Alysson Paolinelli também foi reconhecido por defender a prática de plantações intercaladas, que alternam culturas e pastagens, fortalecendo a sustentabilidade do solo a longo prazo. 

O legado de Paolinelli também abrangeu o campo legislativo, quando foi eleito deputado Sua trajetória ímpar rendeu-lhe duas indicações consecutivas ao Prêmio Nobel da Paz em 2021 e 2022, como reconhecimento de sua carreira voltada para produções sustentáveis e modernas, bem como seu engajamento no desenvolvimento de políticas para impulsionar o setor agrícola e melhorar a qualidade de vida nutricional de milhões de brasileiros. 

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